quinta-feira, 17 de abril de 2008

O tenente.


Realmente senti que era necessário escrever. E foi uma daquelas vezes em que é ‘agora ou nunca’, como se caso eu segurasse mais, toda a inspiração explodisse em minhas mãos. E há uma pessoa interessante por trás disso tudo. E com interessante eu não estou cirando uma máscara delicada para alguém que eu valorizo muito, não, muito pelo contrário. Diria que meu sentimento por ele beira o ódio, ou perto disso.
Não é ninguém desses que você pensou; é meu professor de desenho. O tenente. Um posto tão submisso onde as palavras trazem imponência a alguém que não faz tanto jus a tudo que elas significam. Tenente. É surpreendente como algumas pessoas conseguem alterar o caráter de coisas boas e fáceis, como o desenho geométrico, e transforma-lo num vilão - quase arquiinimigo. E de arma ele faz a autoridade, os direitos e os esquerdos.
Isso me deixa repugnado.
Cada traço de sua personalidade me deixa um pouco mais assustado, enjoado e embravecido. E como. O modo como ele joga a preciosidades das palavras ao léu para oprimir e assustar, ou pelo menos é o que ele pensa, me parece similar a jogar comida boa fora. É como se ele dependesse de tudo aquilo para provar para si mesmo que ele tem moral, que ele é alguém na vida, que não é um simples professor por obrigação, mas por desejo. Ou ao menos deveria.
Até seu sorriso traz um quê de brutalidade, maldade. Não que ele encarne a magnífica imagem de vilão, mas quase um colega chato e irritante que não se afasta de você. Um alguém chato, irritante e constantemente cobrador. Não que ele espere muito de nós, e isso ele sempre deixou claro.
Adoraria soltar um grande palavrão por aqui, que expressaria de onde devem vir todas suas raízes maternas nojentas, mas não devo estragar toda esta maçante narrativa com alguma superficialidade tão estúpida quanto essa. Não por ele, pelo menos. Tenho uma ligeira idéia de quem ele me lembra, mas não convém citar o nome do meu pai por aqui.
E a inspiração acaba de passar.

Sem mais.

11 comentários:

lira S2 disse...

ei, não mete o teu pai nesta história não.... ele tem um sorriso bonito!
voltando a realidade, vc poderia prestar mais atenção no caderno no que no professor, o meu prof. de Desenho é um idiota que a unica coisa que pede eh que pelo amor de deus a gente preste atençao e mesmo assim agente nao presta, mas se vc quer realmente dar uma boa lição nele, estuda e tira boa nota, pq ele ainda eh um ser humano e apesar de não demonstrar ele adora ser desafiado.

=*

A proposito, a nota de desenho na nossa serie foi a mais alta em uma decada de colegio, e eu tirei 10! o/. prove pra ele que vc eh bom, e não que é igual as outras pessoas que julgam pelo que ele parece.

=D

alex disse...

Tam muito bem escrito, dá pra melhorar aqui e acolá, mas no geral está excelente

Alexander Bastos
www.blogdospiratas.org

Marcos Costa Melo disse...

"Tenho uma ligeira idéia de quem ele me lembra, mas não convém citar o nome do meu pai por aqui."

Uma boa sacada, a melhor do texto.

abs

CB-curious boy disse...

SERIA UMA LENDA URBANA?

Anônimo disse...

Informo-te que talvez tais sentimentos citados anteriormente em vosso texto possa vos trazer malificios, mas todo o desenvolvimento está completamente coerente e interessante :]

Nanamada disse...

O texto tem o seu valor, só senti dificuldade de ler com a fonte pequena no fundo preto...

Morales disse...

texto bom!!!!

http://horcruxesdohp.blogspot.com/

Rafael Almeida Teixeira disse...

Vixe!

Cara vlw pela observação.

Gostei do seu banner.

Anônimo disse...

Que cara mais sacana!

Quem nunca teve professores assim que atire a primeira pedra. =D

Até eu fiquei com vontade soltar um palavrão bem podre sobre esse cara, mas seres humanos são assim.

Depois que o tempo passa ele pode perceber quão inútil é esse tipo de postura.

iti disse...

grande observação..
um belo texto ..

Dário Souza disse...

Cara tenho um professor desses,foi meio autobiografico ??

Meu professor de filosofia eh assim.