domingo, 6 de julho de 2008

O Tenente [segunda parte]

Impressão errada. Quero dizer, Acontece vez ou outra, sem querer. É aquela coisa de julgar o livro pela capa e dar com a cara na porta. Sim, sim. Eu me enganei. Tudo bem, eu admito que descarreguei minhas frustrações no tenente sem nem dar uma chance para ele. Isso foi errado.
Você não deve estar entendendo coisa alguma – é que a crônica ainda nem começou de fato – mas já-já eu explico. Antes disso tenho que recapitular aquele outro texto, quando botei em pauta até seu sorriso bruto e suas atitudes autoritárias. Eu já disse que estava enganado, não me faça repetir. Mas botando fim à esses rodeios chatos, o que aconteceu foi que, pouco a pouco, o tenente foi ganhando minha confiança. Pra ser sincero, sei lá, ele foi mostrando que não é tudo aquilo que eu tinha dito.
O terceiro parágrafo, esse aqui, vai servir como o primeiro ponto. Aula de desenho, matéria que ele leciona, eu estou sentado num canto e estou aborrecido com alguma coisa. Ninguém parece perceber. Então ele passa perto da minha mesa e solta um ‘que aconteceu?’, para mim. Eu levanto a cabeça um pouco incrédulo, é verdade, e respondo com a única frase que se escuta depois de uma pergunta dessas: ‘nada não’. Ele me perguntou se eu tinha certeza e eu disse que estava tudo bem. Ele foi embora.
Quarto parágrafo, outra aula, segundo ponto. Eu estava brincando e rindo com uns colegas, ele se aproxima e dá um toque amigável no meu ombro. O que ele disse? Ele disse ‘pelo visto você já está melhor, não é?’, eu fiz que sim com a cabeça e ele sorriu. ‘E eu pensando que você era calado, ein?’, então quem sorriu fui eu.
Quinto parágrafo, terceiro e último ponto. Estamos na última aula do semestre, ele está falando com a turma toda. É um daqueles casos em que metade da turma não liga para o que o professor está falando, mas a outra metade entende exatamente o que ele quer dizer. Eu entendi. Ele falou que nos tratava com rigidez porque queria esforço; esforço porque nós tínhamos potencial e jogávamos fora. Ele disse que era rígido aqui dentro para que lá fora pudéssemos ser livres. Ele disse que daqui à alguns anos nós íamos agradecer a ele por tudo que ele fez. E então ele concluiu: ‘agora deixem esses livros de desenho geométrico no armário e vão namorar, curtir as férias, pegar um cinema e se divertir. Tirem esses quinze dias para relaxar’. Foi a primeira sentença liberalista que eu escutava sair da boca dele.
Pois então, impressões erradas. Acontecem, mas sempre podem ser mudadas. Sabe o que eu acho? Que esse negócio de que a primeira impressão é a fica é uma furada; impressões estão sempre sendo mudadas.

7 comentários:

lira S2 disse...

pq eu adoo ser a primeira a comentar...
As pessoas escondem sua faces em mascaras que nas as pertencem, más caras que desenhamos tentando buscas os motivos de seu comportamento.
Se um dia ele foi ruim ou mal,ou até cruel, foi tu que pensaste isto dele.
I'm so happy!! You understand your teacher. Awesome.

=**

Ramon Assis disse...

Resolvir o problema da fonte!
é pq eu tinha acabado de colocar um template!

Foi mal!

voltarei para comentar este post, prometo.

Abraço e volte sempre.

Thaíssa Vasconcelos disse...

Hahah...parece que o conselho dado pelo professor é comum para todo e qualquer professor.

Anônimo disse...

bem inteligente!
mas a parte um ficou melhor que a parte um.

lira S2 disse...

que coerencia tem o garot ai de cima?

respondendo os recados:

quiser eh com s, e eu naum quero o meu blog popular muito menos palavroes na pagina de recados dele... boca suja.
Me dou taum bem com os meus personagens imaginarios como quando tinha uma duzia deles aos 5 anos.
os comentarios taum um em cada texto teu.

=D=*

como eh o nome do teacher?

lira S2 disse...

as respostas dos recados tbm estaum um em cada texto.

Dário Souza disse...

Acabei de ler o tentente a primeira parte,e pensei que o tal tenente era o diabo em formato de professor.Mas nem msm,adoro professores que sao assim rigidos realmente o que ele falou é certo,sao desses professores que a gente lembra no futuro.